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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Doenças e Inimigos Naturais das Abelhas

Existem vários organismos que podem causar problemas para as abelhas, tanto na fase de larva quanto na fase adulta. Algumas bactérias, fungos e vírus causam doenças que afetam principalmente as larvas. Já as abelhas adultas são freqüentemente atacadas por protozoários, ácaros e insetos.

A ocorrência e os danos provocados por cada organismo variam de acordo com a região e com o tipo de abelha. No Brasil, de modo geral, a ocorrência e os danos provocados por doenças e certas pragas são menores, principalmente em razão da maior resistência das abelhas africanizadas e das condições climáticas, que parecem ser menos favoráveis à disseminação das doenças.

Dessa forma, os apicultores não necessitam utilizar antibióticos ou pesticidas em suas colmeias, o que tem garantido a obtenção de produtos livres de resíduos químicos. Esse fato possibilita que nossos produtos sejam vistos nos mercados interno e externo como produtos mais saudáveis, isentos de contaminantes, o que favorece a comercialização.

Entretanto, para que que se continue a ter essa vantagem, os apicultores devem estar atentos à situação sanitária das colmeias, sabendo reconhecer as anormalidades que indicam a presença de doenças. Isso ajudará a evitar a disseminação de novas doenças no Brasil, que podem causar sérios prejuízos à apicultura, como é o caso da Cria Pútrida Americana.

Reconhecendo os principais sintomas de doenças, o apicultor poderá tomar medidas imediatas, como o isolamento das colmeias atacadas, enviar amostras a laboratórios para análise e diagnóstico precisos, comunicar associações, cooperativas ou outras instituições. Assim, estará contribuindo para evitar a contaminação de seus apiários e dos apiários de sua região.

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Doenças das abelhas
Importância

A ocorrência de doenças nas colmeias pode acarretar prejuízos diretos pela diminuição da produtividade, uma vez que o aumento da mortalidade, tanto de crias como de abelhas adultas, leva a uma redução da população da colmeia com conseqüente redução da produção. Em casos mais graves, o apicultor poderá perder enxames, já que as abelhas africanizadas costumam abandonar as colmeias quando a população cai abaixo de 4 mil indivíduos e quando há muita cria morta.
Em países com alta incidência de doenças, os apicultores sofrem prejuízos em virtude do gasto adicional de utilização de antibióticos para o controle das doenças, além da contaminação dos produtos com resíduos de medicamentos, o que pode inviabilizar a sua comercialização, principalmente para o mercado externo.
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Doenças de crias

Doenças em crias geralmente causam maiores prejuízos do que em abelhas adultas. Para que o apicultor possa reconhecer os sintomas das doenças é importante estar familiarizado com as características das diferentes fases do desenvolvimento das crias (vide item Morfologia e Biologia das Abelhas Apis mellifera) e com a aparência de um favo com crias saudáveis.


Observando a situação das crias durante as revisões


Uma das principais observações a serem feitas pelo apicultor durante as revisões é verificar como as crias estão distribuídas nos favos. Quando se observa que as áreas de crias apresentam poucas falhas (Fig. 36), é uma indicação de que a rainha está com um bom padrão de postura e que as larvas estão se desenvolvendo normalmente. Por outro lado, quadros com áreas de crias falhadas indicam que algum problema pode estar ocorrendo, como por exemplo:

  • A rainha pode estar velha e, conseqüentemente, sua postura está irregular.
  • Pode estar ocorrendo produção de zangões diplóides, em razão de cruzamentos consangüíneos. Nesse caso, as operárias costumam comer as crias, ficando a área de crias falhada.
  • Ocorrência de doenças. Nesse caso, as operárias passam a retirar as crias doentes, o que se chama "comportamento higiênico", e a área de crias apresenta-se com falhas.
O apicultor deve examinar cuidadosamente tanto as crias abertas como as operculadas. Deve verificar se a cor, a forma e a posição das crias estão normais. A aparência dos opérculos também é importante, pois opérculos furados e/ou afundados podem indicar ocorrência de doenças.


Figura 36. Favos com crias saudáveis.
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Identificando doenças em crias
As principais doenças que afetam crias de abelhas são:

Cria Pútrida Européia (CPE)

Agente causador: bactéria Melissococus pluton. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado.
Ocorrência e danos: pode ocorrer em todo o território nacional, mas geralmente não causa sérios prejuízos.

Sintomas:
  • Favos com muitas falhas, opérculos perfurados (Fig. 37a).
  • A morte ocorre geralmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados.
  • As larvas doentes encontram-se em posições anormais, podendo ficar contorcidas, nas paredes dos alvéolos (Fig. 37b).
  • Mudança de cor das larvas que passam de branco-pérola para amarelo até marrom (Fig. 37b).
  • Pode apresentar cheiro pútrido (de material em decomposição) ou não.
  • Quando as larvas morrem depois da operculação, aparecem opérculos escurecidos, afundados e perfurados.

Figura 37. Sintomas de Cria Pútrida Européia: área de crias com muitas falhas (a) e mudança de posição e coloração das larvas (b).
Controle:
  • Remoção dos quadros com cria doente.
  • Trocar rainha suscetível por outra mais tolerante.
  • Evitar uso de equipamentos contaminados quando manejar colmeias sadias.
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Cria Pútrida Americana (CPA)
Agente causador: bactéria Paenibacillus larvae. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado. Ocorrência e danos: no Brasil, foi recentemente detectada em colmeias no Rio Grande do Sul. A contaminação ocorreu porque os apicultores alimentaram as abelhas com mel e pólen importados, contaminados com a bactéria.  Essa doença pode provocar sérios prejuízos, pois seu controle é bastante difícil, já que a bactéria é resistente a antibióticos e pode permanecer no ambiente por muito tempo. Por isso, não se recomenda a importação de produtos apícolas ou rainhas de países que apresentem níveis altos de infestação.
Sintomas:
  • Favos falhados (Fig. 38a) com opérculos perfurados (Fig. 38b), escurecidos e afundados.
  • Morte na fase de pré-pupa ou pupa.
  • Larvas com mudança de cor, passando do branco para amarelo até marrom-escuro;
  • Cheiro pútrido.
  • As larvas mortas apresentam consistência viscosa, principalmente quando apresentam coloração marrom-escura. Para verificar isso, deve-se fazer o teste do palito que consiste em inserir um palito rugoso no alvéolo, esmagar a cria e puxar devagar, observando-se, então, a formação de um filamento viscoso (Fig. 39a).
  • Quando a morte ocorre na fase de pupa, observa-se geralmente a língua da pupa estendida de um lado para o outro do alvéolo.
  • Presença de escamas (restos da cria já seca e muito escura) coladas nas paredes do alvéolo e de difícil remoção (Fig. 39b).

Figura 38. Sintomas de Cria Pútrida Americana: favos falhados (a) e opérculos perfurados (b).


Figura 39. Sintomas de Cria Pútrida Americana: consistência viscosa da cria - teste do palito (a) e restos de crias mortas e ressecadas colados nas paredes do alvéolo (b).

Controle:
Não utilizar antibióticos para tratamento preventivo ou curativo, pois pode levar à resistência da bactéria e contaminar os produtos da colmeia, além de ser um gasto adicional para o apicultor. O tratamento preventivo pode ainda esconder os sintomas da doença.

Quando o apicultor suspeitar da ocorrência da CPA em seu apiário, deve tomar as seguintes medidas:

  • Marcar as colônias com sintomas de CPA.
  • Realizar anotações sobre as colônias afetadas e relatar a ocorrência para sua associação e autoridades competentes, tais como: instituições de ensino e pesquisa que trabalhem com Apicultura, Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), Delegacia Federal de Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
  • Enviar amostras dos favos com sintomas para análise em laboratórios especializados no diagnóstico de doenças de abelhas.
  • Limpar equipamentos de manejo (luvas, formão, fumigador, etc.) e não utilizá-los nas colônias sadias;
  • Após comprovação da doença por meio do resultado da análise laboratorial, destruir as colônias afetadas; para isso, pode-se optar pela queima da colmeia completa ou, se o apicultor quiser preservar as caixas, deve matar as abelhas adultas e depois queimá-las juntamente com os favos. Para o reaproveitamento das caixas, elas devem ser esterilizadas;
  • A esterilização das caixas pode ser feita de duas maneiras: mergulhando as peças em parafina a 160ºC durante 10 minutos ou em solução de hipoclorito de Sódio a 0,5% durante 20 minutos.
Para evitar a disseminação dessa grave doença no Brasil, os apicultores devem estar bastante atentos para nunca utilizarem mel ou pólen importados para alimentação de suas abelhas no período de entressafra, pois esses produtos podem estar contaminados e, conseqüentemente, contaminarão as colmeias.

Esses produtos poderão ser vendidos a preços baixos, parecendo ser vantajoso utilizá-los para evitar a perda de enxames. Entretanto, isso poderá provocar sérios prejuízos no futuro, caso a doença seja introduzida e disseminada em nossa região.

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Cria Ensacada

Agente causador: Vírus "Sac Brood Virus" (SBV).  No Brasil, entretanto, a doença tem como agente causador o pólen da planta barbatimão (Stryphnodendron sp.) e não o vírus. Desse modo, a doença passou a ser chamada Cria Ensacada Brasileira.
Ocorrência e danos: em áreas onde ocorre a planta barbatimão. A doença tem ocasionado prejuízos em várias regiões, exceto nos estados do Sul do Brasil. Em alguns casos, pode provocar 100% de mortalidade de crias, chegando a destruir uma colônia forte em menos de dois meses (Message, 2002).

Sintomas:
  • Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados.
  • A morte ocorre na fase de pré-pupa.
  • Não apresenta cheiro pútrido.
  • Coloração da cria: cinza, marrom ou cinza-escuro (Fig. 40).
  • Ocorre a formação de líquido entre a epiderme da larva e da pupa em formação.  Quando a cria doente é retirada do alvéolo com o auxílio de uma pinça, apresenta formato de saco (Fig. 40), ficando o líquido acumulado na parte inferior.

Figura 40. Pré-pupas com sintomas de Cria Ensacada
Controle:
  • Evitar a instalação de apiários em locais com incidência da planta barbatimão.
  • Utilizar alimentação artificial das colmeias na época de floração do barbatimão.
  • Alguns apicultores relatam que deixando de manejar a colmeia afetada, evita-se a perda do enxame. Segundo eles, o manejo estimula a atividade forrageira da colônia, o que intensifica a coleta do pólen tóxico.
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Cria Giz


Agente causador: fungo Ascosphaera apis.
Ocorrência e danos: A incidência dessa doença no Brasil tem sido baixa, havendo relato de poucos casos nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Existe a possibilidade de ser introduzida por meio da alimentação das colmeias com pólen importado contaminado.
Sintomas:

  • Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados.
  • A morte ocorre na fase de pré-pupa ou pupa.
  • Não apresenta cheiro pútrido.
  • A cria morta apresenta coloração branca ou cinza-escuro e aspecto mumificado (rígida e seca) (Fig. 41).
     

Figura 41. Crias com sintomas de Cria Giz.
Controle:
  • Como medida preventiva, recomenda-se não utilizar pólen importado ou das regiões do Brasil onde a doença foi detectada para alimentação das colmeias.
Doenças e parasitoses de abelhas adultas


Doenças em adultos são mais difíceis de ser diagnosticadas em campo porque muitas vezes apresentam sintomas similares. Desse modo, para a confirmação de doenças ou endoparasitoses, devem-se enviar amostras a laboratórios especializados, seguindo as recomendações indicadas no item Como enviar amostras de abelhas com sintomas de doença para análise em laboratório.

O sintoma geral da ocorrência de doenças em abelhas adultas é a presença de abelhas mortas ou moribundas, rastejando na frente da colmeia. Entretanto, esses sintomas também ocorrem quando há intoxicação das abelhas por inseticidas.
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Nosemose
Agente causador: protozoário Nosema apis.

Ocorrência e danos: No Brasil, ocorreu com certa freqüência até a década de 80 e, nos últimos anos, não tem sido detectada. O protozoário afeta principalmente o ventrículo (estômago da abelha) causando problemas na digestão dos alimentos e pode provocar disenteria. A doença diminui a longevidade das abelhas, causando um decréscimo na população e, conseqüentemente, na produtividade das colmeias.

Sintomas:

  • Abelhas com tremores e com dificuldade de locomoção. O intestino apresenta-se branco-leitoso, rompendo-se com facilidade.
  • Operárias campeiras mortas na frente do alvado. Em alguns casos, encontram-se fezes no alvado e nos favos.
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Acariose

Agente causador: ácaro endoparasita Acarapis woodi

Ocorrência e danos: assim como a nosemose, a acariose foi mais freqüente até as décadas de 70-80, não sendo mais considerada problema nos apiários brasileiros. O ácaro se aloja nas traquéias torácicas, perfurando-as e alimentando-se da hemolinfa (sangue das abelhas). O ataque do ácaro pode diminuir a longevidade das abelhas e, conseqüentemente, reduzir a população da colmeia, provocando perdas na produção.

Sintomas:

  • Abelhas rastejando na frente da colmeia e no alvado, com as asas separadas, impossibilitadas de voar.
Como enviar amostras de abelhas com sintomas de doença para análise em laboratório

Amostras de crias: coletar um pedaço de favo contendo crias que apresentem sintomas de doença.  O favo deve ser envolto em papel absorvente como jornal. Não utilizar plástico ou outro material não-absorvente. Evitar o envio de favos com muito mel. Já a presença de pólen pode auxiliar na identificação da cria ensacada brasileira.

Amostras de abelhas adultas: coletar, no mínimo, 30 abelhas que se encontrem rastejando no alvado ou na frente da colmeia. As abelhas devem ser colocadas em caixas de fósforo ou qualquer outra caixa de madeira ou papelão.

As amostras devem ser devidamente embaladas em caixas dos correios ou similares e enviadas, preferencialmente, via sedex ou outra via rápida ao laboratório.

Juntamente com as amostras, é importante enviar informações sobre a localização do apiário, data de coleta, número de enxames afetados, características da região (clima, vegetação), uso de inseticidas nas proximidades do apiário, observações sobre os sintomas e danos.

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Outros organismos que causam danos a crias e adultos
Ácaro Varroa destructor

Trata-se de um ácaro ectoparasita, de coloração marrom, que infesta tanto crias como abelhas adultas (Fig. 42). Reproduzem-se nas crias, geralmente em crias de zangões. Nos adultos, ficam aderidos principalmente na região torácica, próximos ao ponto de inserção das asas. Alimentam-se sugando a hemolinfa, podendo causar redução do peso e da longevidade das abelhas e deformações nas asas e pernas.

Esse ácaro, detectado no Brasil desde 1978, atualmente pode ser encontrado em praticamente todo o País. Felizmente, tem-se mantido em níveis populacionais baixos, em razão da maior tolerância das abelhas africanizadas, não causando prejuízos significativos à produção. Dessa forma, não se recomenda o uso de produtos químicos para o seu controle. As colônias que apresentarem infestações freqüentes do ácaro devem ter suas rainhas substituídas por outras provenientes de colônias mais resistentes.

Figura 42. Ácaro Varroa destructor:
Vista dorsal (a), ventral (b), fêmea adulta e formas imaturas em pupa de operária (c).
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Traças-da-cera

São insetos da ordem Lepidoptera, de duas espécies: Galleria mellonela (traça maior) e Achroia grisella (traça menor). Os adultos das duas espécies depositam ovos em pequenas frestas dos quadros e caixas, principalmente em colmeias fracas. As larvas alimentam-se da cera, construindo galerias nos favos onde depositam fios de seda. Os quadros ficam cobertos com grande quantidade de fios de seda e fezes (Fig 43). Algumas vezes, afetam diretamente a cria. Atacam também a cera armazenada.

O controle químico não é recomendado, uma vez que os produtos utilizados podem deixar resíduos na cera, os quais poderão ser transferidos para o mel. Desse modo, recomenda-se a adoção de medidas de manejo preventivas:
  • Manter sempre colmeias fortes no apiário, uma vez que as fracas são mais facilmente atacadas.
  • Reduzir o alvado das colmeias em épocas de entressafra e de frio.
  • Não deixar colmeias vazias (não habitadas) nem restos de cera no apiário.
  • Se encontrar foco de infestação nas colméias, matar as larvas e pupas e remover cera e própolis atacadas utilizando-se o formão, para evitar a disseminação da traça no apiário;
  • Trocar periodicamente os quadros com cera velha das colmeias.
  • Armazenar favos ou lâminas de cera em locais bem arejados, com claridade e, se possível, protegidos com tela, evitando armazenar favos velhos que são preferidos pelas traças. Temperaturas abaixo de 7ºC também ajudam no controle.
  • Se forem observadas colônias que freqüentemente apresentam alta infestação da traça, deve-se realizar a substituição de rainhas, visando aumentar a resistência.

Figura 43. Danos causados pela traça-da-cera Galleria mellonela na colmeia (a) e no favo (b).

F
ormigas e cupins

As formigas podem causar grandes prejuízos, principalmente quando atacam colmeias fracas. Podem consumir o alimento (mel e pólen) e crias, além de causarem grande desgaste e mortalidade das abelhas adultas na tentativa de defender a colônia. Em ataques severos, podem provocar o abandono da colmeia.


Os cupins danificam a madeira das caixas e cavaletes, diminuindo sua vida útil e favorecendo a entrada de outros inimigos naturais (Fig. 44).
Como medidas preventivas ao ataque de formigas e cupins, recomenda-se:
  • Não colocar as colmeias diretamente sobre o solo.
  • Destruir os ninhos de formigas e cupins encontrados nas imediações dos apiários.
  • Realizar capinas freqüentes no apiário, uma vez que a existência de plantas próximas às colmeias pode facilitar o acesso dos inimigos naturais.
  • Utilizar cavaletes com protetores contra formigas.

Figura 44. Danos causados por cupins em colmeia.
Agradecimentos
Ao Central Science Laboratory, York, UK, pela autorização de uso das fotos relacionadas a doenças de abelhas (autor: James Morton).
 Fonte; EMBRAPA
Copyright © 2002, Embrapa
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sábado, 29 de outubro de 2011

Asteroide vai passar raspando na Terra em novembro

Imagem do asteroide 2005 YU55 por meio de ondas de radar

Rocha espacial se aproximará do nosso planeta a distancia menor que a da Lua; Nasa descarta risco de colisão.
MAIS:_China quer colocar asteroide em órbita da Terra
Um asteroide da lista de objetos espaciais potencialmente perigosos passará muito perto da Terra em 8 de novembro, às 20h28 (horário de Brasília), pelos cálculos da Nasa.
A rocha espacial chamado 2005 YU55 se aproximará do nosso planeta a uma distancia menor do que a da Lua, o que para a astronomia é considerado um "fio de cabelo cósmico".
A proximidade do asteroide é incomum por se tratar de um objeto grande, com 55 milhões de toneladas e 400 metros de diâmetro – o equivalente a quatro campos de futebol.
Se atingir a Terra, o impacto terá a força de mais de 65 mil bombas atômicas, abrindo uma cratera de quase 10 km de largura e 600 metros de profundidade.
No entanto, a Nasa descarta qualquer risco de colisão entre o asteroide e o planeta Terra, pelo menos nos próximos 100 anos.
“O YU55 orbita o Sol de 14 em 14 meses, porém não representa nenhuma ameaça de colisão com o nosso planeta no período de 100 anos”, disse o porta-voz da Nasa, Don Yeomans.
Descoberto por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, em 2005, o asteroide só foi melhor observado em abril de 2010 através do Radiotelescópio do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, revelando-se um objeto escuro e quase esférico.
Acontecimento histórico
A passagem do YU55 perto da Terra será um acontecimento histórico para os astrônomos - trata-se da maior aproximação de um objeto deste tamanho detectado com antecedência.
O 2005 YU55 estará melhor visível na manhã do dia 9 de novembro, quando atingirá magnitude 11 por várias horas até desaparecer.
Na astronomia, magnitude é a medida quantitativa de luz vinda de um astro. Quanto menor o número, maior o brilho aparente.
Como a visão humana só consegue captar objetos com brilhos até 5 graus de magnitude positiva, quem quiser observar o asteroide vai precisar de, no minimo, um pequeno telescópio.
 
 FONTE; Por Pedro Sirna, Atualizado: 28/10/2011 16:48

domingo, 23 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO: entre os estados nordestinos, Paraíba tem o quarto maior índice de reprovação

Entre os estados do Nordeste, a Paraíba tem o quarto maior índice de reprovação, com 14,7%, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb 2009). Em relação aos demais estados brasileiros, a Paraíba amarga uma posição ainda mais preocupante: ocupa o sétimo lugar no ranking de reprovação, incluindo resultados do ensino fundamental em escolas federais, estaduais e municipais. Quando se trata de taxa de aprovação no ensino fundamental, a Paraíba ocupa o terceiro pior índice do Nordeste, com 76,6%, perdendo apenas para Bahia (75,3%) e Piauí (73,1%). Os dados foram colocados no site do Ministério da Educação na última sexta-feira e podem ser conferidos através do endereço eletrônico (http://www.inep.gov.br/indicadores-educacionais).
De acordo com o Ideb, a reprovação é mais recorrente nas escolas municipais com 16,2%, seguida das estaduais com 15,2%, federais com 4,8% e privadas com 3,3%. A taxa de reprovação nas escolas estaduais da Paraíba foi maior na 5ª série (ou 6º ano) do ensino fundamental, com 23,8% do total de alunos matriculados. A taxa de aprovação no ensino médio é de 74,1%. De acordo com o Ideb de 2009, a Paraíba tinha 1.102.133 matrículas, sendo 397.44 na rede estadual e 563.569 na municipal. A qualidade do ensino nas escolas da Paraíba está abaixo do ideal, segundo dados do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb 2009). Essa situação compreende 45,8% do total de 338 escolas públicas avaliadas no Estado, que não conseguiram atingir a nota 2,9, meta estipulada pelo MEC para a segunda etapa do ensino fundamental (6º ao 9º ano). A nota da fase entre o 1º e o 5º ano do ensino fundamental também ficou a desejar: 25,1% do total de 1.066 escolas públicas avaliadas não alcançaram a meta de 3,1.
Entretanto, de uma forma geral, a Paraíba alcançou os índices desejados: 3,9 nas séries iniciais do ensino fundamental, quando a meta era 3,1; nota 3,2 nas series finais, quando o MEC determinou 2,9; e nota 3,4 no ensino médio, que tinha como meta 3,1. Apesar disso, os números apresentados pelo Ideb, no entanto, revelam onde o ensino deve melhorar no Estado, tendo em vista que todos os alunos têm direito à mesma qualidade de ensino.
O Ideb mostrou ainda que, apesar de superar as metas do Estado, a qualidade do ensino na Paraíba está abaixo da média nacional, que estipulou meta 4,6 para as séries iniciais do ensino fundamental; quatro para as séries finais do fundamental; e 3,6 para o ensino médio. No resultado, as escolas privadas aparecem com as melhores médias obtidas na avaliação, com 5,4 no ensino médio; 5,8 para as séries iniciais do ensino fundamental; e 5,7 para as séries finais do ensino fundamental. Mas também teve destaque para escolas públicas. O Sesquicentenário (estadual) e a Escola Municipal Doutor José Novais tiveram índices satisfatórios no Ideb.
Não é só a qualidade do ensino que merece atenção. O número de matrículas na educação básica na rede pública da Paraíba teve uma redução de 4,6% entre os anos de 2010 e 2009. A informação é do Censo Escolar, publicado em dezembro do ano passado. Em 2010 foram matriculados 915.965 alunos; no ano anterior, 961.013.
Escolas de Quixaba têm maior aprovação
A maior taxa de aprovação nas escolas públicas do estado está no município de Quixaba (98%). Já as piores taxas de reprovação no ensino médio, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), são dos municípios São José dos Cordeiros (30,2%); Nova Olinda (26,5%); Fagundes (23,1%); Taperoá (22,5%); Cuité (21,2%); Olivedos (19,9%); Cabedelo (19,4%); Cajazeirinhas e São Domingos de Pombal (18,3%); Cubati (17,5%); e Sossego (16,8%). Os dados são referentes ao ano de 2010.
Em relação à taxa de reprovação no ensino fundamental, os municípios com os piores índices são Cubati (25,9%); Alagoa Grande (25,3%); Jericó e Pilar (22,8%); Condado (22,7%); Monte Horebe (22,4%); Cacimbas (22,2%); Cuité (22%); Bernardino Batista (21,5%); Caaporã e Mulungu (21,1%); e Cuité de Mamanguape (20,6%). Os prefeitos não foram localizados para explicar os números. Alguns estavam com o telefone desligado, outros não atenderam as ligações.
O secretário de Educação do Estado, Afonso Scocuglia, foi procurado pela reportagem para comentar os dados, mas não se pronunciou a respeito. Por telefone, o secretário, ao ser questionado sobre os números, pediu que as perguntas fossem repassadas por e-mail e prometeu responder, mas isso não aconteceu até o fechamento desta edição.

FONTE; Escrito por Gibal    Dom, 15 de Maio de 2011 16:36 

56 % DOS JOVENS NÃO ACREDITA NOS POLÍTICOS DO BRASIL

Uma pesquisa exclusiva mostra que 56% dos jovens brasileiros não acreditam nos políticos. Mas 41% aceitariam se candidatar. O que eles pensam e quais são suas causas.

O filósofo e orador romano Cícero dizia que a idade aperfeiçoa “a paciência, a autoridade e a ponderação”, qualidades necessárias para administrar os assuntos graves. Seu pensamento reflete a visão predominante em seu tempo. Na Roma Antiga, as decisões mais importantes eram tomadas pelo Conselho dos Anciãos, formado pelos mais velhos. Surgia então o Senado que conhecemos até hoje, cujo nome vem do latim senex, que significa idoso. A média de idade dos senadores brasileiros, 58 anos, mostra que a política permanece, em grande parte, uma atividade para os mais velhos. Mas a ausência de jovens nas esferas mais altas do poder público do país não significa que eles estejam alienados da política. Uma pesquisa exclusiva feita por ÉPOCA em parceria com a Retrato Pesquisa de Opinião e Mercado traz uma surpresa positiva sobre a relação da nova geração com o poder. Feita em dez capitais brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), ela ouviu 990 adolescentes entre 16 e 18 anos de escolas públicas e privadas. Os dados revelam que os adolescentes não estão nos partidos, mas fazem política em seu dia a dia. Metade deles já aderiu a uma causa pela internet. Estão descontentes com as formas tradicionais de representação, mas acreditam que é possível mudar a realidade se cada um fizer sua parte. Dois em cada cinco topariam seguir uma carreira política, se surgisse a oportunidade.
“Os resultados quebram o mito de que os adolescentes não gostam de política”, diz a socióloga Miriam Abramovay, autora de vários livros sobre política e juventude. Eles apenas a veem de uma maneira menos formal e mais pragmática. “A geração atual está menos ligada aos meios e às formas e mais ligada aos fins e aos propósitos”, diz Germano Guimarães, fundador do Instituto Tellus, uma organização sem fins lucrativos que pretende aproximar o governo da sociedade. “É um pessoal muito mão na massa.” Parte dessa turma está engajada, como organizador ou apoiador, nos protestos que vêm sendo organizados pela internet. Eles surgiram espontaneamente no feriado de 7 de setembro, como forma de manifestar a insatisfação popular com a impunidade diante da sequência de casos de corrupção no governo e no Congresso. Agora, essa juventude mostrará seu rosto nas manifestações públicas, agendadas para o dia 12 de outubro em várias capitais do país (leia a reportagem).
A estudante Inaê Iabel Barbosa, de 16 anos, de Porto Alegre, é um exemplo dessa nova postura juvenil. Por causa de sua liderança na escola, ela já se acostumou a ouvir sugestões da família para se candidatar a vereadora. Mas não está esperando ter um cargo para mudar a realidade a sua volta. Vice-presidente do grêmio do Colégio Marista, a adolescente já pode comemorar uma vitória política: conseguiu baixar os preços na cantina da escola. “O que fazemos em nosso cotidiano não deixa de ser política”, diz. Para 92% dos adolescentes, política é discutir assuntos que mexem com a vida de cada um e da comunidade. “A relação com partidos políticos não é indicador de interesse pela política ou até mesmo de engajamento para esta geração”, diz o economista Sérgio Braga, diretor da Retrato.
Segundo a pesquisa ÉPOCA/Retrato, a maioria dos jovens – 52% – não tem um partido de sua preferência e 56% dizem que a descrença é o principal sentimento em relação aos políticos. A má imagem dos partidos torna difícil atrair os jovens. Apenas 1% disse ser filiado a algum. “Toda vez que a gente vai conversar com um jovem e fala que está em um partido, ele já pensa em corrupção”, diz Paulo Mathias, presidente da juventude do PSDB em São Paulo. Para Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política, existe uma crise de representação. “Os partidos são muito fechados e dominados por oligarquias.” É por isso que o técnico em refrigeração Edinaldo de Oliveira, de 19 anos, de Guajará-Mirim, Rondônia, tem dificuldade de fazer as pessoas acreditarem que ele um dia ainda vai ocupar um cargo eletivo. “Todo mundo tem a impressão de que nunca vai dar certo, porque não tem ninguém da família na política”, diz. Mas ele não desiste e usa o pragmatismo para vencer as barreiras. Indagado sobre o que fará na prática para conseguir ser um político, responde: “Vou ter de fazer coligação, né?”. Desde que, faz questão de destacar, o compromisso esteja dentro da ética.
Os poucos que se filiam em geral enfrentam dificuldades para ser ouvidos. “Muitos partidos acham que os jovens só servem para segurar bandeira e colar adesivo”, diz Ângela Santos Guimarães, secretária adjunta da Secretaria Nacional de Juventude, órgão criado em 2005 para ampliar a representação política dessa faixa da população. Para aumentar a participação dos mais jovens em todas as esferas, o PT decidiu em seu último congresso, em setembro, reservar para eles 20% dos postos de direção. A formação da juventude é uma das causas do partido há décadas e, em alguns lugares do país, até 40% dos candidatos têm até 30 anos. “Escolhi o PT porque era onde a juventude tinha mais espaço na pauta”, diz o estudante de administração Demétrio César Xavier, de 19 anos, de Guarulhos, município da Grande São Paulo. Ele se filiou ao partido há três anos. Diz que pesquisou a agenda de outros 15 antes de decidir. Assim como Demétrio, muitos outros jovens poderiam ter uma relação mais próxima com os partidos, que desperdiçam um grande potencial de simpatizantes. Embora não se identifiquem com nenhuma legenda, 41% dos jovens entrevistados não descartam seguir carreira política. “Isso é um puxão de orelha nos partidos políticos, que estão perdendo uma grande oportunidade de atrair esse público”, diz o cientista político Fernando Abrucio, colunista de ÉPOCA. Para ele, os líderes políticos têm de fazer mais que entrar no Twitter para atrair os mais novos. Precisam abrir um espaço real dentro dos partidos para acolhê-los.
Os resultados da pesquisa revelam que os jovens de hoje estão mais abertos para esse diálogo do que os partidos imaginam. Eles são menos radicais em suas crenças. A maioria reconhece que nem todo político é ladrão e acredita que pessoas honestas podem, sim, entrar para a política. Também reconhecem que o poder é capaz de corromper, mas não consideram a tentação inescapável. Quando Kamila Schass, de 16 anos, de Blumenau, em Santa Catarina, foi presidente da Câmara de Vereadores Mirins, em 2008, descobriu que a política pode ser boa. “A gente só vê coisa ruim na televisão, mas, quando chega perto, percebe que é diferente”, afirma. Para Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia política da Universidade de São Paulo (USP), o pragmatismo com que o jovem atual vê a política tem um caráter positivo. “Ele ajuda os jovens a ver as coisas como realmente são”, diz. E, ao conseguir enxergar a sociedade de forma mais realista, eles têm mais clareza de como podem agir para mudá-la. Um indício da visão prática desses jovens são seus ídolos. A maioria diz que admira lideranças contemporâneas, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula, a presidente Dilma e a ex-candidata Marina Silva. Muitos destacam familiares e amigos. Citam esses nomes ao lado dos ícones clássicos, como Dalai-Lama e Che Guevara. “O jovem não espera mais um mártir que virá para salvar a todos”, diz o sociólogo Gabriel Milanez, da empresa de pesquisa Box 1824. “Os heróis estão no cotidiano.”
Além de visão pragmática da política, os jovens também se mostram inclinados a agir dessa forma. Eles julgam nas atitudes individuais. De acordo com a pesquisa ÉPOCA/Retrato, 46% dos adolescentes julgam que a melhor forma de transformar a sociedade é cada um fazendo sua parte. Em segundo lugar, com 24%, vem votar de maneira consciente; em terceiro, com 16%, organizar grupos em torno de causas; e, em quarto, com 9%, fazer protestos. A valorização da postura pessoal reflete-se na forma de engajamento dos jovens de hoje. Enquanto 24% dizem já ter participado de alguma manifestação, 39% afirmam já ter feito algum tipo de trabalho voluntário. O resultado concreto desse voluntariado é um incentivo para os adolescentes. Quando percebem que suas ações trazem resultados positivos, eles têm ainda mais vontade de agir. Isso os leva gradativamente a buscar entidades com maior alcance. A jovem Ana Carolina Moraes, de 18 anos, de Campinas, interior de São Paulo, acredita no poder transformador da cultura e, por isso, decidiu juntar-se ao Coletivo Ajuntaê. Trata-se de um movimento ligado ao Circuito Fora do Eixo, que incentiva atividades culturais com viés político em vários lugares do país. Por meio de shows, debates e outros eventos, ela pretende difundir a cultura política. “A política é a gente que faz, onde quer que esteja”, diz Ana Carolina. Esse engajamento é saudado por Janine Ribeiro, da USP. Segundo ele, essa geração acredita que mesmo uma ação localizada e individual pode fazer alguma diferença diante de grandes problemas que a aflige, como a desigualdade, a má educação ou a destruição ambiental. “As outras gerações se perguntavam ‘de que adianta’ diante do desafio. Agora, valorizam mais a ação”, afirma.
Dar mais valor à iniciativa individual também traz seus riscos. “A ação individual é importante como postura ética”, diz Aldo Fornazieri. “Mas, para fazer mudanças políticas e econômicas, é necessário haver organizações políticas que deem consequência e continuidade ao movimento.” Sem isso, essas iniciativas correm o risco de ser tão efêmeras quanto um modismo na internet. As ferramentas como o Twitter e o Facebook podem ser o início da atividade política, pois ajudam a mobilizar pessoas em torno de uma causa. Mas, por si, são incapazes de promover mudanças políticas. A experiência do mineiro Marcel Beghini, de 19 anos, mostra isso. Como estudante de jornalismo, ele comentava as principais notícias do dia no Twitter. Acabou chamando a atenção do PSDB. Gabriel Azevedo, secretário de comunicação da Juventude Tucana, convidou Marcel a juntar-se à Turma do Chapéu, um grupo jovem do partido. Hoje, Beghini trabalha no partido para levar aos outros estudantes, pessoalmente ou por internet, e de forma mais palatável, a política. Na campanha do então candidato Antonio Anastasia para o governo mineiro, o grupo de Beghini fez e postou vídeos bem-humorados no YouTube.
O caminho para agradar ao paladar juvenil é trazer as grandes causas do país para os assuntos que interessam aos jovens diretamente. O tema que mais os mobiliza, segundo a pesquisa ÉPOCA/Retrato, é a educação. Para os jovens, melhorar a qualidade do ensino deve ser a prioridade do Brasil. Essa é a bandeira dos universitários Patrícia Matos e Tiago Martins, ambos de 18 anos. Como presidente do grêmio no colégio público Elefante Branco, Patrícia convocou protestos para melhorar as condições de ensino. Ela e seus colegas reivindicavam que o passe de estudante para os ônibus valesse para todos os alunos, e não só para algumas faixas de renda. Também queriam participar da gestão da escola, criando comitês para decidir assuntos cotidianos ou votar o orçamento. O passe democrático eles conseguiram. A ideia dos comitês virou um projeto de lei, encampado por uma deputada do DF e ainda não votado. A partir dessa experiência, Patrícia percebeu que, para conseguir maiores ganhos, precisava partir para o movimento estudantil em âmbito nacional, e entrou para a ala jovem do PCdoB. Martins, quando estudava no ensino médio, conseguiu que sua escola aplicasse simulados para o Enem. Isso melhorou a preparação dele e de seus colegas para o exame. Foi bom para ele. Com boa nota no Enem, conseguiu uma vaga disputada na Universidade Federal Fluminense. E um ganho para todos os seus colegas. “Essa preocupação com a educação tem de ser comemorada, porque tem potencial de melhorar o Brasil”, afirma Abrucio. Se conseguirem melhorias consistentes nesse setor, os jovens atuais têm tudo para deixar para a próxima geração um legado mais otimista do que receberam.
As boas intenções expressas por esses jovens não significam, necessariamente, que vem por aí uma turma mais íntegra que a geração atual que povoa os gabinetes do Executivo e as cadeiras legislativas em todas as instâncias do país. A experiência mostra como pessoas com belos discursos na juventude ou no início da carreira política lidaram com as tentações do poder. José Dirceu, o líder estudantil dos anos 1960 que mobilizava os jovens contra a ditadura, tornou-se, nos anos 2000, o ministro afastado sob acusações de ser o mentor do mensalão, esquema de compra de votos no Congresso. Lindenberg Farias, o cara-pintada que virou símbolo dos protestos que levaram ao impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, no início dos anos 1990, tornou-se um prefeito fiscalizado por irregularidades e seus bens chegaram a ser bloqueados pela Justiça. “Essa geração tem ideário e informação para entrar na política de forma diferente”, diz Abrucio. “Mas é difícil prever se vão conseguir de fato mudar.” Eles têm o potencial, mas vão ter de vencer as barreiras das elites partidárias e manter-se imunes aos vícios do atual jogo político. No Brasil, a máquina política envolve mais de meio milhão de pessoas. São 64 mil em cargos eletivos, do presidente ao vereador. Mais 250 mil incluindo assessores e secretários. E 380 mil candidatos a prefeito e vereador. Só o futuro dirá se jovens como Ana Carolina Moraes, Demétrio César Xavier, Edinaldo de Oliveira, Inaê Iabel Barbosa, Kamila Schass, Marcel Beghini, Patricia Matos e Tiago Martins mudarão as regras desse amplo clube do poder – ou se renderão a elas.

FONTE; Autor(es): LETÍCIA SORG E ANGELA PINHO Época - 10/10/2011

Os Maias apontam 2012 como o fim de um ciclo na Terra

Um dos mais antigos povos da América Central, os Maias destacam-se até hoje por sua organizada estrutura de ciência, história, arte e religião. Das várias profecias feitas por esse povo, há mais de 5 mil anos, a que mais chama a atenção de cientistas e filósofos de todo o mundo é a exatidão e o mistério contidos no calendário maia, que cita o ano 2012 como um ano-chave para mudanças em nosso planeta e o fim de um ciclo. No entanto, as sete profecias que marcam a civilização maia trazem, acima de tudo, esperança e conscientização.

Os maias acreditavam que a nossa Galáxia segue um ciclo imutável, o que pode e deve ser mudado é a consciência da humanidade rumo à evolução. Eles apontam que sua civilização era a quinta iluminada pelo Sol, ou seja, estavam no quinto grande ciclo solar e, por conseqüência, outras quatro já haviam passado pela Terra e foram destruídas por desastres naturais.
Os maias previram que o Sol mudará a sua polarização em 22 de dezembro de 2012, após receber um raio sincronizado com origem no centro da Galáxia, um raio que dará origem a explosões solares iniciando a transformação do planeta. Desse modo, uma nova era terá início: o sexto ciclo solar. Os maias relatavam que esse fenômeno acontece a cada 5.125 anos (de acordo com estudiosos e pesquisadores, o início deste ciclo solar se deu no ano 3113 a.C.) e que a Terra será afetada pelo Sol devido a uma mudança no seu eixo de rotação.
As Sete Profecias Maias dizem que a civilização baseada no medo será transformada através das vibrações de harmonia. Mas essa transformação só ocorrerá para quem assim o desejar, será algo pessoal. Os maias não falam em fim do mundo, mas em um processo de transformação em que o espírito ganhará em sua jornada de evolução a esferas mais altas.

As sete profecias

As Sete Profecias Maias, que resumimos abaixo, aparecem para ajudar a humanidade a ter uma atitude de mudança individual, em que todos deverão almejar a compreensão de sua integração com tudo o que existe.


A primeira profecia : É o princípio do tempo não-tempo, que teve início em 1992. Nessa data, o homem começou a fazer mudanças em suas atitudes e consciência, abrindo sua mente a tudo o que existe. Este é um período de 20 anos de duração, no qual a humanidade entra em um período de grande aprendizado e transformação. Após sete anos (a partir de 1999) começa um período de escuridão, em que cada indivíduo se auto-analisará. O homem estará como em um grande salão de espelhos; o materialismo será deixado para trás e inicia-se um processo de libertação do sofrimento.

A segunda profecia : Afirma que a resposta a tudo está dentro de cada indivíduo e que seu comportamento determinará seu futuro. Confirma que, a partir do eclipse solar de 11 de agosto de 1999, o comportamento da humanidade terá grande transformação. Os maias afirmam que os homens facilmente perderão o controle de suas emoções ou conhecerão sua paz interior. Também indicam que a energia que é recebida do centro da Galáxia causa um aumento na vibração do planeta e das ondas cerebrais, alterando pensamentos, comportamento e sentimentos. Esta profecia sugere dois caminhos: um de compreensão e tolerância e outro de medo e destruição. O caminho a seguir será escolhido por cada um.

A terceira profecia : Aponta uma grande mudança na temperatura, produzindo transformações climáticas, geológicas e sociais em uma magnitude nunca antes vista e em incrível rapidez. Uma delas será decorrente do próprio homem, devido à sua falta de consciência em cuidar e proteger os recursos naturais do planeta, e as outras geradas pelo próprio Sol, o qual intensificará sua atividade pelo aumento das vibrações.

A quarta profecia : Relata que a conduta antiecológica do ser humano e o aumento da atividade solar causarão o derretimento dos pólos. A Terra estará apta a se recompor, porém com mudanças na composição física dos continentes. Os maias ainda apontam que, de acordo com seus estudos, a cada 117 giros do planeta Vênus, o Sol sofre novas alterações com grandes explosões e ventos solares, o que coincide com o final deste ciclo.
A quinta profecia : Todos os sistemas que se baseiam no medo sofrerão uma drástica mudança junto com o planeta e o homem passará por uma transformação para dar caminho a uma nova e harmônica realidade. Os sistemas falharão e o homem terá de olhar para si a fim de encontrar uma resposta para reorganizar a sociedade e continuar o caminho à evolução, que o levará a entender a criação.
A sexta profecia : Mostra que nos anos finais aparecerá um cometa cuja trajetória pode pôr em perigo a existência do homem. Essa cultura de considerar o cometa como um agente de mudança vem pôr movimento ao existente equilíbrio, permitindo a evolução da consciência. Para os maias, Deus é a presença da vida, apresenta variadas formas e está em tudo.
A sétima profecia : Esta profecia aponta que, entre os anos 1999 e 2012, uma luz emitida do centro da Galáxia sincronizará todos os seres vivos e permitirá que voluntariamente iniciem uma transformação interna que produzirá novas realidades. Os maias mencionam que cada um terá a oportunidade de mudar e quebrar suas limitações, criando uma nova era, em que a comunicação será pelo pensamento. Os limites desaparecerão, uma nova era de luz e transparência terá início e as mentiras desaparecerão.